Meu amigo, isto o que aconteceu foi muito simples, meu amigo. O que aconteceu foi que eu chego aqui e sou logo confrontado com certas e determinadas situações, hã? E eu digo: “Então, mas como é que é?” e os gajos “Ah e tal!” e eu “Ah e tal, não!”, “Ah e tal, não!”, então eu venho lá de baixo dizem-me não sei quê, chego cá a cima afinal parece que não, em que é que ficamos? E os gajos “Ah, não sei que mais e o camandro…” e eu “Maaau. Tu queres ver que a gente tem de se chatear?”. Porque isto não pode ser, eu sou um gajo que está aqui a trabalhar, eu quero trabalhar, hã? E… e dizem-me, como eu aqui ouvi, dizem-me “ah, não sei quê…”. Mas o que é isto? Que é isto? Que isto não se faz… porque eu sou um gajo que dou-me bem com toda a gente, sim senhor, dou-me bem, por mim está tudo bem e fazem-me isto e há gajos que andam aí e fazem trinta por uma linha e depois, passa tudo incólume, que é coisa que eu não percebo! É que eu assim, não venho… deixo de vir aqui, vou fazer a minha vida para outros sítios, sítios onde inclusivamente malta me diz “Eh pá e tal, sim senhor”, é para lá que eu vou, deixo de vir aqui, pá! Hã? Porque quando eu vejo que há aí palhaços, pá, que falam, falam, falam, falam, falam, falam, pá, e eu não os vejo a fazer nada, pá, fico chateado, com certeza que fico chateado, pá! Está a perceber? Ah!